Sob O Domínio do Rei - Capítulo 17




Capítulo 17 
Inimigos Próximos


 
CENA 1/ CASA DE BARTÔ/ EXTERIOR /DIA 
Silas, para o carro em frente a mansão de Bartô, e diz a Ritinha. 
Silas – Quando precisar de um amigo eu estarei aqui.
Da entrada, D. Ivone os observa.
Ritinha – Foi bom conversar com você.
CENA 2/ CASA DE BARTÔ/ EXTERIOR/ DIA 
Ritinha, sai do carro e entra em casa. 
D. Ivone – E esse moço tão bem afeiçoado?
Ritinha – Só um funcionário do rei. A senhora sabe que é assim que chamam seu filho agora, D. Ivone, rei?
D.Ivone – Abre esse coração, minha filha, tem um belo dia sorrindo para você.  Jean, já tomou seu caminho e já está mais do que na hora de você tomar o seu.
CENA 3/ HOT HOT 33/ INTERIOR/ DIA 
Marla Mendonça, chega a boate. Do escritório, Rose  a avista e avisa Andreia, que olha uma revista.  
Rose - Visita pra você. 
Andreia – Vou atendê-la lá embaixo.
Rose – Andreia.
Andreia – Sim?
Rose – Muito cuidado, eu não quero ficar no meio de um fogo cruzado.
Andreia – (joga a revista sobre a mesa de Rose) Tranquila sócia
 CENA 4/ HOT HOT 33/ INTERIOR/ DIA
Andreia e Marla no balcão da boate.
Andreia – Marla, minha querida.
Marla – De que lado você está, Andreia?
Andreia – Lado?
Marla – Me escuta bem, Andreia, estou prestes a travar uma guerra com Jean Ribeiro, e lhe
garanto que os meus aliados terão tudo, já meus inimigos nada.
Com medo, Andreia trata de transquilizar a amiga: 
Andreia – Marla, me escuta bem, eu não estou do lado de ninguém, simplesmente atendi o chamado de um amigo, nem de longe imaginava que o mesmo Jean Ribeiro que eu conhecia, se tornou quem é hoje.
Marla – Hoje recebi uma ligação de uma pessoa muito poderosa, e essa pessoa me alertou  que, Jean Ribeiro, não está pra brincadeira. Se os negócios do seu protetor eram grandes os dele serão muito maiores, tão maiores que tudo que eu construi pode ruir.
Andreia – Quem diria, não? Todos o subestimamos.
Marla – Não importa, nem, Jean Ribeiro, nem ninguém vai atrapalhar meus planos, não
agora que eu estou tão perto de deixar isso, Andreia.
Andreia - Seria capaz de acabar com ele? 
Marla - Ele já é meu inimigo, Andreia. Se um dia tive carinho por ele hoje isso já não importa. 
Andreia - Esse submundo é cruel demais. 
Marla - Eu nunca quis isso. Me empurram assim como empurraram, Jean Ribeiro.  Quando o destino se apresenta temos enfrentá-lo. É a lei da vida, e você sabe disso.
CENA 5/ FÁBRICA REI DO FUMO/ INTERIOR/ DIA 
Em seu escritório, Jean, recebe, Aroldo. 
Jean – Obrigado por vir meu amigo. Sente-se, bebe algo?
Aroldo – O que você me oferecer.
Jean – Cachaça, a bebida preferida do rei, Don Armando.
Aroldo – Vejo que não teve grandes dificuldades em seguir seus passos.
Jean – (entraga-lhe o copo) De verdade a cada passo que dou vou descobrindo que isso tudo é uma bomba relógio. 
Aroldo – As coisas aconteceram, Jean. E da maneira que aconteceram não agradou a muitos. Neste negócio, ninguém começa do topo, e por ironia do destino você começou, por tanto fique de olhos bem abertos sempre, seu nome já está correndo, tu tornas a cada dia mais e mais conhecido, por hora seu pior inimigo é Walter  Pernas, mas ele não vai descansar até que todos fiquem contra você.
Jean – Aroldo, talvez eu não tenha pensado bem nas coisas.  Trouxe para perto de mim as  duas pessoas mais importantes da minha vida, e essas pessoas não tem nem ideia do que faço.
Aroldo – Tem medo do que pode acontecer a elas?
Jean – Não durmo uma só noite pensando nisso.
Aroldo -Tire-as o quanto antes de perto de você, mesmo que isso doa. Na nossa condição somoscondenados a viver sozinhos. 
CENA 6/ CASA DE BARTÔ/ INTERIOR/ NOITE 
Jean, chega, quando Bartô se prepara para sair.
Jean –  Vai sair?
Bartô – Vou me divertir um pouco, desde que se tornasse um homem de negócios, vivo  entediado entre as paredes dessa casa.
Jean, o puxa pela mão e os dois sentam no sofá: 
Jean – Tomei uma decisão, vou mandar minha mãe e Ritinha, de volta pra casa. Não sei  como vão reagir, mas é para o próprio bem delas.
Bartô – Elas não merecem essa vida que tu e eu levamos, Jean,  e com o tempo elas vão
entender e te perdoar.
Jean – Fica em casa essa noite, não me deixe.
Jean, deita em seu colo. 
Bartô – (fazendo-lhe carinho) Jamais vou deixá-lo, meu pequeno rei.
CENA 7/ CASA DE MARLA/ CASA DE WALTER /NOITE 
Walter, liga para Marla, que atende do escritório de sua casa: 
Walter – Marla, como estamos?
Marla – Tudo nos conforme.
Walter – Muito bom fazer negócios consigo.
Marla – Já sabe jamais tivemos qualquer contato.
Walter – (ameaçador) Eu sei que tivemos. 
Desliga o telefone, acende um cigarro e ajeita-se confortavelmente em sua cadeira.
CENA 8/ CASA DE BARTÔ/ EXTERIOR/ DIA 
Na sacada do quarto, Jean, fuma e comtempla o cinza das horas. 
Jean – A hora cinza, essá é a hora em que um dia vou morrer, este momento que não é nem de dia nem de noite.
Bartô, vai até a sacada. 
Bartô – Não consegue dormir?
Jean – (acende mais um cigarro) Tenho que tirar as pessoas mais importantes da minha
vida, acha que conseguiria dormir assim?
Bartô – Não.
Jean – (encarando) O que você conversou com Don Armando no casamento da Carol e do Fano?
Bartô – Já lhe disse, falamos de você, do quão você era importante para ele, porque esse
assunto agora?
Jean – Nada não, eu preciso tomar um banho. 
Jean, vai saindo. Bartô toma coragem. 
Bartô –  Acha que tive alguma coisa com a morte do Don Armando?
Jean – Isso foi o que você sempre quis.
Bartô – Mas não foi o que aconteceu, Don Armando, era mu pai. Eu não ia conseguir, Jean.
Jean – Sério? Vai me contar estorinhas agora?
Vai para o banheiro.
CENA 9/ CASA DE BARTÔ/ INTERIOR/ DIA
D. Ivone, serve café a Ritinha, Jean, entra. 
Ritinha – Obrigada.
D. Ivone – (feliz) Meu filho, quer café?
Jean – Não.
D. Ivone – (preocupada) Aconteceu alguma coisa? Que cara é essa?
Jean – Mãe, vocês têm que ir embora daqui.
D.Ivone – Mas porquê? Meu filho se for por alguma coisa que dissemos ou fizemos, é pelo
Bartô? Não, me diz eu estou disposta a consertar qualquer erro.
Ritinha, segura a xícara de café trêmula sem dizer uma única palavra.
Jean – Não, não é isso […] Eu só peço que confiem em mim, eu preciso tirar vocês daqui, eu só não posso responder o porquê, por favor, arrume as suas coisas preciso tirá-las daqui.
Jean, olha para Ritinha. 
Jean – Acho que temos que conversar.
CENA 10/ BIBLIOTECA/ INTERIOR/ DIA
Jean, fecha a porta da biblioteca. 
Ritinha – Já não precisa mentir, Jean, agora D. Ivone não está aqui. É pelo Bartô, não é? 
Jean – Não Rita, não é pelo Bartô, por favor, confie em mim, eu jamais vou deixar vocês  desamparadas.
Ritinha – Jean, chega, chega, eu não sou nem uma burra, me conta vai, me conta tudo,  confia em mim caralho. Eu já sou bem grandinha pra saber que esse dinheiro e tudo que você aqui não é honesto. É dinheiro de droga não é?
Jean – (lágrimas nos olhos)  Sim.
Ambos choram, e todas as dores são expostas de uma vez.
Ritinha – Era para isso que você tanto queria sair de casa, pra se meter com essa merda?  E cada vez que te perguntava o que você fazia me dizia não me faça perguntas que não posso te responder. 
Jean – Eu não busquei isso. Não busquei, foram as circunstâncias, a vida que arrastou pra dentro disso. O destino se apresentou e eu tive que enfrentá-lo. 
Ritinha – Por que nos tirou de Arraial? 
Jean – Por que vocês são as pessoas mais importantes pra mim, porque necessitava de  vocês aqui comigo, poque necessitava sentir que tenho uma família, pena que já é demasiado tarde.
Ritinha – Eu te odeio, te odeio, te odeio, Jean.
Jean – Me fala, Rita, me fala tudo que tem pra falar, desabafa se isso te faz se sentir melhor.
Chorando, corre para seus braços, num abraço apertado que quase os sufoca.
Jean – Eu te amo tanto, te amo mais que a minha própria vida, eu quero te perder, Jean desgraçado. 
Jean - Eu vou cuidar de vocês pra sempre, eu te prometo. Te juro.
CENA 10/ CASA DE BARTÔ/ EXTERIOR/ DIA
Jean, abraça a mãe que lhe abençoa como na primeira despedida, na estação de  embarque em Arraial do cabo. 
D. Ivone – Que deus sempre te acompanhe, meu filho.
Abraça Ritinha, emocionada. 
Ritinha – Sempre te amei, e vou seguir amando, Jean.
Jean, a olha nos olhos e lhe dá um beijo na boca.
Jean - Também te amo minha pretinha. 
Abre a porta do carro e diz a Silas. 
Jean - Vá com cuidado.  
Bartô, coloca a mão no ombro de Jean, que joga compulsivamente, soluçando
Bartô – Já pode dormir em paz agora meu rei.
CENA 11/ CARRO DE SILA/ EXTERIOR/ INTERIOR/ DIA
Na estrada, Silas percebe que um carro os segue, e acelera. 
D. Ivone – (estranha)  O que foi?
Rita, olha para trás, preocupada. 
Silas –  Estão nos seguindo.
D. Ivone – Vai com cuidado.
O carro emparelha com o de Silas, e um outro atravessa na sua frente, Silas, freia bruscamente.
Silas – (assustado) Estamos mortos, é uma emboscada!
Continua… 



                                                                               congelamento final de capítulo Dona Ivone. 

 

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