Sob o Domínio do Rei - Capítulo 10





Capítulo 10
Homão da Porra




CENA 1/HOTEL/NOITE

Sentados na cama, Jean e Bartô, falam um sobre o outro e dividem uma garrafa de cachaça.

Bartô – Eu nunca me senti assim, Jean, sempre tive medo dos meus sentimentos e depois com essa ideia fixa de cobrar a quem me deve eu acabei me esquecendo de viver. Como você Sabia?

Jean, toma um gole de cachaça.

Jean –  A gente sempre desconfia quando encontra seus iguais. E bom, quando te conheci em São Paulo fiquei admirando o seu jeito e logo imaginei que era, como você fala é diferente, você anda todo elegante, todo assim [...] – Gesticulando com as mãos –  parece até um príncipe, um príncipe não, um rei.

Bartô – Porque a gente se conheceu só meu paranaense?

Jean – Não sei, mas eu quero que não termine como tudo tem terminado na minha vida.

Bartô, segura a mão de Jean e pede.

Bartô – Se abre, Jean! Se abre com teu amigo, solta tudo que tá aí dentro tudo que te faz sofrer.

Jean, se emociona e volta a tomar da cachaça.

Bartô – Me fala, tenha confiança em mim, tenha confiança para que assim eu possa te ajudar ou que pelo menos você consiga dividir essa carga que pesa nos seus ombros e na sua alma.

Jean – Eu já estou farto! Estou farto! Desde que saí da minha cidade que já não sou o dono do meu destino. Há seis meses que pessoas que eu jamais imaginei conhecer se meteram a escrever a minha história.

Chorando, Jean, desabafa.

Jean – Na noite que cheguei em São Paulo, conheci Carlos Cassell, estava sendo perseguido por uma organização de narcotraficantes, se meteu em negócios obscuros, jogava com naipes próprios e o pegaram e desde então não parei mais correr e o medo de morrer tomou conta do meu corpo. É um medo que paralisa, que não te deixa pensar em mais nada, desorienta. – Emocionado. 

Bartô –  Nos meus quase 40 anos de vida, dessa “perra” vida! Nunca havia escutado algo assim [...] Me deixou sem palavras, Jean.

CENA 2/CARRO DE JEAN/NOITE

Bartô, acompanha, Jean até o carro. Dois Homens a mando de Fano, o espreitam.

Bartô – Bom, podemos nos ver com mais frequência agora?

Jean – Claro.

Bartô – Jean, eu não quero que você me condene. Um dia eu vou lhe contar tudo que…

Jean, fala a Bartô, e entra em seu carro:

Jean – Eu espero!

CENA 3/CARRO DE JEAN/NOITE

Jean, dirigir de volta para casa e percebe que um carro o segue. As palavras de Carlos, vem a sua mente mais uma vez.

Carlos - Eles podem estar em todos os lugares meu amigo, deves desconfiar até da tua própria sombra.

Jean, continua dirigindo, e acompanhando pelo retrovisor o carro que o segue.

Carlos - Tua vida se decide em fração de segundos. E isso só depende de você.

Jean, acelera, mas os capangas de Fano, não o perdem de vista.

Carlos - Corre, Jean, corre e não pare de correr.

Jean, dirige até um campo, usado para jogar uma pelada.  Ficando de frente com o carro que o persegue, saca a arma e atira com a mão esquerda, ferindo os capangas que descem da camionete para alvejá-lo.

Jean – Esse pesadelo não vai acabar nunca!

CASA 4/CASA DE CAROL/NOITE

Fano, para o carro em frente à casa de Carol e atende o celular.

Fano – Pronto! – Raiva – Maldito, Jean Ribeiro.

Desligando o celular, sobe as escadas e na sala encontra Carol de semblante fechado, sentada à mesa com as câmeras de vigilância a sua frente.  Senta -se à mesa.

Fano – Acho que devemos muitas explicações um ao outro.

Carol – (Valente) Você não tinha o direito, Fernando! De mais o que você é capaz?

Fano – Você é capaz de me cobrar explicações depois do que fez? Se deitou com aquele maldito motoristinha do meu tio. Mas me escuta só eu não vou descansar enquanto não acabar com a droga da vida dele.

Carol – Acabar? Não Fano, se encostar um dedo nele vai conhecer uma Carolina Cardona que você não faz ideia que existe.

Fano – Carol, eu não queria te vigiar, mas eu não sei, sempre me preocupou sua vida aqui longe de tudo e de todos. Depois da morte da tia Araceli eu pensei em parar, mas aí.

Carol – Mas aí o que? O Jean apareceu? É isso. Vá embora, por favor!

Fano – Fica comigo, eu amo você e eu faço qualquer coisa pra não te perder, por favor fica comigo.

Fano, tenta segurar as mãos de Carol, que se levanta da mesa e diz:

Carol – Você é um Cardona? Um verdadeiro Cardona?

Sem entender a pergunta, Fano aproxima-se.

Carol – Se é um verdadeiro Cardona sabe muito bem fazer negócios.

Fano, rindo.

Fano – Não. Você não vai me fazer essa proposta, vai?

Carol – Fica como está ao meu lado, continua ganhando a confiança do meu pai, poder, e não se mete com o Jean Ribeiro.

Carol, serve-se de wisky e olha para, Fano.

Carol – Então meu amor fecha comigo?

CENA 5/ FÁBRICA REI DO FUMO/DIA

Junto de Armando Cardona, Jean, tenta descobrir quem está o perseguindo.

Jean – O senhor acha que alguém do meu passado pode estar atrás de mim aqui?

Dom Armando – Pois acho pouco provável a pessoa que te enviou não costuma perder as rédeas de seus negócios.

Jean – Pois então eu já sei quem pode ter sido.

Ramiro, que está próximo de Don Armando e Jean, os observa desconfiado. Dom Armando segura no pulso de Jean e diz:

Dom Armando – Vaya con cuidado, seas discreto está lidiando con gente muy astuta.

Jean – Pois eu também sei ser muito astuto, Don Armando.

Jean, sai e Don Armando, encara Ramiro que sai em seguida.

CENA 6/REI DO FUMO/DIA

Saindo da fábrica, Jean, liga para Bartô.

Bartô – Te espero em meu apartamento, vá o mais rápido que puder.

CENA 7/APARTAMENTO DE JEAN/DIA 
Ramiro, fala pelo celular com Fano, quanto sobe para seu apartamento. 
Ramiro - Fano, você não está me entendendo eu preciso de proteção, Jean Ribeiro já sabe de tudo.
Desliga o celular e quando vai fechar a porta de seu apartamento é surpreendido por Jean que o empurra contra o sofá.

Jean – Agora temos uma conversinha. Só você e eu meu caro!

Jean, encara Ramiro, que fica acoado ao ver seu semblante de revolta e olhos esbugalhados.
 congelamento final de capítulo Jean Ribeiro

Continua...  
 






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