Mulher de Verdade: SO1XE06: Juliene Adarck





MULHER DE VERDADE – EPISÓDIO 6
“JULIENE ADARCK”


ESCRITO POR:
LUCAS SILVA


PERSONAGENS DESTE EPISÓDIO:


JULIENE
GERALDO
ÉDINA
INGRIDE
CLÉIA
CECÍLIA
MARCELINE
GUILHERME
RENATA








POR VOLTA DAS 17:00 DA TARDE

Juliene estava sentada no banco carona do carro com a cara emburrada, do seu lado estava sua irmã caçula Ingride. Seu pai, Geraldo, estava dirigindo o carro e no banco do lado estava sua madrasta, Édina. Eles estavam na estrada indo para sua nova casa, a mãe de Juliene, Joana, continuou na cidade de Vassouras.

GERALDO – Juliene... se anima filha, você vai gostar de Nova Iguaçu, os cidadãos de lá são bem legais e simpáticos.

ÉDINA – É bem melhor daquele lixo de cidade que você morava... Vassouras, isso é nome que se dá a uma cidade?

JULIENE – Bem melhor que Nova Iguaçu. E o problema não é trocar de cidade e sim deixar meus amigos para trás.

GERALDO – Você vai arranjar novos amigos, você faz amizade muito rápido!

JULIENE – Ata, vai nessa.

INGRIDE – Já estamos chegando mãe?

ÉDNA – Ainda não.

GERALDO – Falando nisso já até te matriculei numa escola de lá. Amanhã mesmo você começa a estudar. Você e sua irmã.

INGRIDE – Eba!

JULIENE – (falando com sua irmã) Não sei de onde você tira tanta empolgação.

EM FRENTE A NOVA CASA, POR VOLTA DAS 19:00 DA NOITE   

Eles chegam na nova casa. Geraldo é o primeiro a descer do carro.

GERALDO – Chegamos crianças.

JULIENE – Já estava na hora.

Todos descem do carro.

NA CASA DE CLEIA, DO LADO DA NOVA CASA DE JULIENE

Cleia estava olhando pela janela da sala a movimentação da rua. Ela vê Geraldo e sua família tirando as malas do carro.

CLEIA – Parece que temos novos vizinhos na área.

Cecília, filha de Cleia está sentada no sofá assistindo TV.

CECÍLIA – Mãe, para de bisbilhotar a vida dos outros, isso é feio.

CLEIA – Não estou bisbilhotando, estou apenas observando a movimentação da rua.

CECÍLIA – Uhum... sei.

CLEIA – Eles chegaram com 4 malas, duas mochilas e uma bolça.

CECÍLIA – Você devia entregar seu currículo na FBI, com certeza eles iriam te contratar.

EM FRENTE A NOVA CASA

Juliene estava segurando uma mala e nas suas costas estava sua mochila.

JULIENE – Em plena sete da noite e não tem quase ninguém na rua, já comecei a gostar deste lugar.

Édina está na porta de entrada da casa só com sua bolça tira colo, ela é a primeira a abrir a porta.

ÉDINA – Juliene meu amor, você pode por favorzinho trazer minha mala até aqui?

A mala de Édina estava encostada do lado do carro, essa mala não tinha rodinhas e só podia ser manuseada através de sua alça na parte de cima. Juliene pega a mala de Édina que estava muito pesada.

JULIENE – O que você colocou aqui dentro?

ÉDINA – (entrando na nova casa) Só algumas coisinhas.

JULIENE – (falando pra si mesma) Duvido que não seja seus produtos de beleza e seus sapatos de grife.

Juliene carrega a mala de Édina e sua mala pra dentro de casa.

DENTRO DA NOVA CASA

Todos já estavam dentro de casa. Juliene coloca a mala de Édina no chão.

ÉDINA – (pegando sua mala do chão) Obrigado queridinha, não sei o que eu faria sem você.

JULIENE – (enquanto Édina carregava sua mala até o sofá) Eu sei o que você faria, faria a comida e lavava as suas roupas.     

GERALDO – Meninas, o maior quarto é meu e da sua mãe, e o outro é pra vocês duas.

JULIENE – Han? Como assim pra nós duas?

GERALDO – Não vejo problema algum vocês dividirem o mesmo quarto.

JULIENE – O problema é que eu tenho 17 e deveria ter um quarto só meu.

GERALDO – Talvez quando você completar 18 anos eu pense em te dar um quarto só pra você.

JULIENE – Isso não é justo.

Juliene pega sua mala e começa a subir as escadas.

NO QUARTO DE JULIENE E INGRIDE

Juliene entra no seu quarto e vê duas camas, uma de um lado do quarto e outra do outro lado do quarto. Ingride tinha escolhido a cama que do lado se encontrava uma janela, a cama do outro lado não tinha janela. Juliene olha pras duas camas e vai até Ingride.

JULIENE – Essa cama é minha, vai pra outra.

INGRIDE – (sentada na beira da cama abrindo uma mochila) De jeito nenhum, eu escolhi essa daqui primeiro.

JULIENE – (olhando pra Ingride com um olhar furioso) Você tem certeza de que não vai sair dessa cama?

INGRIDE – Daqui eu não saio, daqui ninguém me tira.

JULIENE – Tem certeza de que não vai sair? Então tá, depois não diga que eu não avisei.

JULIENE NARRANDO A SITUAÇÃO – Eu me controlei, mas a minha vontade era de ter feito isso. Sejam bem-vindos ao meu Momento Dark.

COMEÇO DO MOMENTO DARK

No quarto de Juliene.

JULIENE – Tem certeza de que não vai sair?

INGRIDE – Absoluta.

JULIENE – (partindo pra cima da sua irmã, agarrando seus cabelos) Ah mais você vai sair sim sua pirralha!

Juliene puxa sua irmã pelos cabelos até a janela. Ingride reclama de dor.

INGRIDE – (sendo puxada até a janela) Ai! Para Juliene, você tá me machucando! Socorro!

JULIENE – (segurando ela pelos cabelos em frente a janela) Você não quer ficar perto da janela? Então chegue mais perto!

Juliene empurra sua irmã pelos cabelos na janela fazendo com que ela caia do segundo andar da casa no chão do jardim.

INGRIDE – (enquanto caía) Ahhhhhhhhhhhhhhh!

JULIENE – Espero que essa sua bunda magrela não tenha amassado o colchão da minha cama.

TÉRMINO DO MOMENTO DARK

Juliene vai pra outra cama, a que não tinha janela, e coloca sua mala em cima dela.

JULIENE – (saindo do quarto, fala alto de propósito) Ai ai, vou beber água. Vai querer um copo de água também irmãzinha querida.

INGRIDE – Pensei que estava com raiva de mim porque escolhi a cama que você queria.

JULIENE – Que isso, você é minha irmã, não consigo ficar com raiva de você por muito tempo.

INGRIDE – Então está tudo bem entre a gente?

JULIENE – Claro.

INGRIDE – Então tá bom, aceito um copo de água.

JULIENE – (com um sorriso rasgado no rosto) Já volto.

NA COZINHA

Juliene abre a geladeira e pega uma garrafa de água. Ela olha para garrafa e põe de volta na geladeira.

NO BANHEIRO

Ela vai até o banheiro e pega uma garrafa de cloro que estava do lado do vaso, ela destampa a garrafa e cheira.

JULIENE – Que cheirinho bom de cloro. Ainda bem que passamos no mercado antes de virmos pra cá.

NA COZINHA

Juliene coloca a garrafa de cloro na pia e paga um copo de vidro. Juliene pega a garrafa e despeja cloro até a metade do copo. Depois tampa a garrafa de cloro e a coloca na geladeira. Ainda na geladeira, Juliene pega a garrafa de água gelada.

JULIENE – (segurando a garrafa de água gelada) Minha irmã não gosta de água quente.

Juliene coloca água dentro do copo que estava com cloro, depois devolve a garrafa de água para a geladeira. Juliene pega o copo de cloro com água em cima da pia.

JULIENE – (segurando o copo) Temos que acabar com a malcriação de dentro pra fora.

NO QUARTO DE JULIENE E INGRIDE

Juliene entra no quarto.

JULIENE – (indo até sua irmã sorrindo) Aqui irmãzinha sua água.

INGRIDE – (pegando o copo das mãos de Juliene) Obrigado Juliene.

JULIENE – (ainda sorrindo) Dá uma golada logo pra ir matando a cede.

INGRIDE – Verdade, estou seca.

Ingride dá uma golada e nota o gosto ruim da água.

INGRIDE – (colocando a mão livre no pescoço) Que água é essa? Ai, parece que está me cortando por dentro.

JULIENE – Deve ser resfriado bebe mais água!

Ingride dá mais uma golada.

INGRIDE – (esticando a mão que está com o copo. Tossindo muito) Isso não é água (tosses) é cloro!

JULIENE – (pegando o copo da mão de Ingride) Deixe-me ver.

Juliene cheira o copo.
JULIENE – Ai meu Deus, é realmente cloro! Vem, vamos até nosso pai, rápido se não você vai morrer!

INGRIDE – Eu não quero morrer!

JULIENE – Anda logo Ingride!

Elas saem do quarto.

NA SALA

Juliene grita o nome dos seu pai.

JULIENE – Pai! Rápido! A Ingride está passando mal!

Geraldo e Édina descem correndo as escadas.

GERALDO – (enquanto descia as escadas) O que está acontecendo?

ÉDINA – (vendo Ingride encurvada e tossindo) Ingride, o que houve filha?

Édina vai correndo até Ingride e coloca sua mão nas costas dela.

GERALDO – (perto de Juliene) O que houve com ela Juliene?

JULIENE – Ela bebeu cloro.

GERALDO – Cloro?

INGRIDE – Eu pedi um copo de água pra Juliene e ela me deu, só que quando eu bebi vi que era cloro.

ÉDINA – Como você pôde dar cloro pra sua irmã beber!

JULIENE – A culpa não é minha, alguém colocou a garrafa de cloro na geladeira.

GERALDO – Não é possível, deixa eu lá ver.

Geraldo vai até a geladeira, pega uma das duas garrafas que tinha, destampa e cheira.

GERALDO – É realmente cloro.

ÉDINA – Mas como ela foi parar aí na geladeira, eu tenho certeza de que coloquei ela no banheiro.

JULIENE – Vai ver você já tá caducando. O Alzheimer já começa a dar sinais na sua idade.

ÉDINA – Vou fingir que não ouvi isso.

GERALDO – Para com isso Juliene.
ÉDINA – Rápido, vê se tem leite aí na geladeira!

Geraldo começa a procurar.

ÉDINA – Vem filha, vamos até a cozinha.

GERALDO – (paga a caixa de leite) Tem uma aqui e está cheia.

Édina e Ingride, já na cozinha, ficam em frente a geladeira, a única a permanecer na sala era Juliene.

ÉDINA – (pegando a caixa de leite da mão de Geraldo) Me dá isso aqui.

Édina destampa a caixa de leite.

ÉDINA – Toma filha, bebe.

Ingride começa a beber sem parar o leite.

GERALDO – Pra que beber o leite.

ÉDINA – Quando acontecia isso, de alguém beber cloro, minha mãe dizia que o leite cortava um pouco do efeito do cloro.

Juliene aparece na cozinha. Ingride para de beber o leite.

ÉDINA – O que foi filha?

Ingride puxa o vômito e vomita na roupa de sua mãe.

JULIENE – (uma rápida risadinha) Duas baratas fêmeas com uma pisada só.

Édina faz cara de nojo.

INGRIDE – Desculpa mãe.

ÉDINA – Não precisa pedir desculpas filha, mas quando alguém vomita me dá vontade de vomitar também.

Édina se vira e vomita no short de Geraldo.

GERALDO – Édina!

JULIENE – (mais uma rápida risadinha) Agora são duas baratas fêmeas e uma barata macho em uma pisada só.

ÉDINA – Me desculpe.

Ingride vomita novamente na roupa de Édina. Édina puxa o vômito de vomita em cima de Geraldo.
GERALDO – Olha só o que você está fazendo!

JULIENE – É melhor eu sair daqui porque isso já está virando um show de horrores.

Juliene se vira para sair da cozinha.

GERALDO – Juliene, (Juliene se vira em direção ao seu pai) pega o celular e liga pra ambulância, rápido.

JULIENE – Tá bom, não me aprece.

Juliene sai da cozinha e escuta mais um barulho de vômito.

JULIENE – (sorriso) Nunca subestime minha malignidade, Queridinha.

VINHETA DE ABERTURA

10 MINUTOS DEPOIS... DO LADO DE FORA DA CASA

A ambulância estava parada na rua em frente à casa de Geraldo e Édina. Dois enfermeiros estavam ajudando Ingride subir na ambulância, Édina e Geral já estavam preparados para subirem também. Ingride consegue subir na ambulância, logo em seguida Geraldo e Édina tentam subir mas são impedidos.

ENFERMEIRO – (negação) Han han, só pode um acompanhante.

Geraldo e Édina se olham como quem diz “E agora? Quem de nós vai acompanhá-la?”

ÉDINA – É melhor eu ir amor, você fica aí pra tomar conta da Juliene.

GERALDO – Você tem certeza?

ÉDINA – Absoluta.

GERALDO – Então tá, vai lá.

Édina sobe na ambulância e Geraldo vai até Juliene, os dois ficam observando a partida da ambulância.

JULIENE – (assim que a ambulância parte) Eu já sou bem grandinha, não preciso que ninguém tome conta de mim. Aliás, você está fedendo a leite azedo.

Juliene e Geraldo entram em casa.

NO QUARTO DE JULIENE E INGRIDE

Juliene entra em seu quarto.

JULIENE – Tá na hora da troca.

Juliene pega a mochila de Ingride que está na cama ao lado da janela e a leva pra outra cama. Depois pega sua mochila e sua mala e as leva para a cama ao lado da janela.

JULIENE – (senta na cama) Ô pai!

GERALDO – O que foi Juliene?

JULIENE – Vem aqui rapidinho.

Depois de um tempinho Geraldo chega no quarto de Juliene.

GERALDO – Estava trocando o short, satisfeita agora?

JULIENE – Nunca estou satisfeita.

GERALDO – Me chamou aqui pra quê?

JULIENE – Por nada não, é só pra saber se o senhor gostou desse meu lado do quarto.

GERALDO – É... Não vejo muita diferença nos dois lados do quarto.

JULIENE – Tem sim, o meu lado tem janela.

GERALDO – Ah é, não tinha percebido.

JULIENE – E outra coisa, não vou conseguir ficar muito tempo sem internet.

GERALDO – Já liguei pro técnico, ele vai vim instalar a internet amanhã à tarde. 

JULIENE – Agora pode ir em bora.

Geraldo sai do quarto.

JULIENE – (depois que Geraldo saiu) Agora sou eu que digo: “Daqui não saio, daqui ninguém me tira”. Tá na hora de dormir porque amanhã tem aula.

Juliene deita na cama.

O DIA AMANHECE, POR VOLTA DAS 6:00 DA MANHÃ

O sol fraco já batia na janela do quarto de Juliene. Juliene desperta, se espreguiça, boceja e vê a hora em seu celular. O seu celular amostrava 06:01 da manhã.

JULIENE – (vendo a hora no seu celular) Seis e um... Sempre seis e um.

Juliene se levanta da cama e nem sua cama arruma.

DO LADO DE FORA DA CASA DE JULIENE

Juliene desce os degraus que separam a porta da sua casa e seu jardim acompanhada de seu pai. O carro de Geraldo já estava posicionado na calçada da casa.

GERALDO – Não esqueceu de nada?

JULIENE – (tira o celular do seu bolço e mostra pro seu pai) Tudo o que eu preciso está aqui.

GERALDO – Animada pro primeiro dia de aula na nova escola?

JULIENE – (Séria e com cara de poucos amigos) Olha a minha cara de tanta animação.

Juliene e Geraldo se aproximam do carro eles são surpreendidos por uma cachorrinha (pudle) que começa a latir pra Juliene.

JULIENE – De quem é esse cachorro?

Cleia chega no local com uma correntinha bem comprida em sua mão.

CLEIA – Cachorro não, cadela. O nome dela é Fifi.

Cleia prende a correntinha na coleira da poodle e a pega no colo. Só assim ela para de latir.

CLEIA – Peço desculpas pela minha cadela.

GERALDO – Não, não precisa se desculpar.

CLEIA – (perguntando a Juliene) Você tá indo pra escola?

JULIENE – Rodar bolsinha de manhã que não vou minha filha!

GERALDO – Juliene, olha os modos.

CLEIA – Qualquer coisa é só me chamar, eu moro aqui na casa ao lado da sua.

GERALDO – Ah sim.

CLEIA – Tchau e um bom dia.

Cleia se vira pra ir em bora.

GERALDO – Bom dia.

JULIENE – Um mal dia pra você.

GERALDO – (a cutuca) Para com isso. 

Eles entram no carro e ambos no banco da frente. Os dois colocam o sinto de segurança. Geraldo liga o carro e começa a andar com ele.

GERALDO – (enquanto dirigia) Eu estou preocupado com sua irmã, ela e sua mãe até agora não chegaram.

JULIENE – Ah, mas hospital público é assim mesmo.

GERALDO – Será que o estado da sua irmã é grave?

JULIENE – Grave não...

GERALDO – Ufa!

JULIENE – Gravíssimo.

GERALDO – Não acredito! Sério?

JULIENE – Pode acreditar, eles devem estar fazendo uma lavagem estomacal nela nesse momento.

GERALDO – Coitadinha dela.

JULIENE – (exaltada) Han? Coitadinha dela? Coitadinha sou eu, ela deixou entornar cloro na minha parte do quarto, que tem janela, espero que isso fique bem claro.

EM UM QUARTO DO HOSPITAL DA CIDADE NOVO TREVO

Ingride está deitada na cama coberta por um lençol, Édina e o médico estão em pé ao seu redor.

ÉDINA – Ela vai ficar bem doutor?

MÉDICO – Bom, tivemos que fazer uma lavagem estomacal nela urgentemente, afinal, ela ingeriu muito cloro, mas ela vai ficar bem. Daqui a algumas horas eu lhe dou alta.

ÉDINA – Graças a Deus!

MÉDICO – Agora se me der licença vou deixa-las a sós.

O médico sai do quarto. Édina segura a mão de Ingride.

INGRIDE – Mãe...

ÉDINA – Oi filha.

INGRIDE – Eu queria tanto ir pra escola.

ÉDINA – Amanhã você vai minha filha. Quando você estiver melhor.

EM FRENTE AO COLÉGIO CENT

Geraldo para o carro em frente ao colégio.

GERALDO – (olhando pra faixada do colégio) Ué, eu não estou vendo nenhum aluno.

JULIENE – (olha a hora em seu celular) São oito e meia. Melhor eu entrar antes que eu me atrase.

GERALDO – Quer que eu entre com você?

JULIENE – (não acreditando no que estava ouvindo) Que? Claro que não, eu já sou bem grandinha. (abrindo a porta do carro) Bye bye.

Juliene sai e fecha a porta do carro.

NO CORREDOR DO COLÉGIO CENT

Juliene está perdida, não sabe onde é sua sala, muito menos a secretaria da escola.

JULIENE – (olhando de um lado para o outro e caminhando lentamente) Onde que é a secretaria desse lixo de colégio?

Até que aparece uma mulher passando no corredor mais a frente. Esse corredor cortava o grande corredor que Juliene se encontrava.

JULIENE – (voz alta) Ei, moça!

A mulher olha pra Juliene e vai até ela. Essa mulher é Cíntia, coordenadora do colégio.

CÍNTIA – O que você está fazendo fora da sala de aula garota?

JULIENE – É que eu sou nova aqui, hoje é meu primeiro dia de aula e eu não sei qual é a minha sala.

CÍNTIA – Ah, aluna nova. Qual a sua série?

JULIENE – 3º série do ensino médio.

CÍNTIA – Só me acompanhar.

Cíntia leva Juliene até a sua sala que se localizava ali mesmo no primeiro andar do colégio.

CÍNTIA – (em frente à sala de aula da turma 3001) Sua sala é essa.

Congelar imagem.

JULIENE – (voz pensamento) O que será que os alunos desta turma vão achar de mim? Bem, pelo que meu pai disse sobre os cidadãos de Novo Trevo, que eles são legais e simpáticos, minha expectativa para esse momento é exatamente assim.

EXPECTATIVA DE JULIENE

Amostrar Juliene entrando na sala de aula acompanhada de Cíntia. Todos fazem silêncio e olham para ela. Imediatamente começam a cantar, como se fosse um musical da Broadway. A música era de boas-vindas a ela. (Musical de no mínimo 1 minuto)   

FIM DA EXPECTATIVA DE JULIENE

JULIENE – (Voz pensamento) Mas, nada sai como imagino e infelizmente a realidade é essa.

NA SALA DE AULA DA TURMA 3001, CENT

Velma, professora de Biologia, estava dando sua aula. A sala de aula devia ter uns 20 alunos. Todos estavam em silêncio prestando atenção na aula de Velma. A porta de entrada fica nos fundos da sala.

VELMA – Os que pertencem ao reino fungi, são eucariontes heterotróficos, tanto uni quanto pluricelulares. Os fungos se reproduzem...

Velma é interrompida por batidas na porta.

VELMA – Entra.

Cíntia é a primeira a entrar na sala, nos fundos onde fica a porta.

CÍNTIA – Com licença professora, eu vim aqui pra apresentar a aluna nova. (chama a Juliene com a mão)

Juliene entra na sala vergonhosa. Todos a olham.

VELMA – Qual é o seu nome, menina?

JULIENE – Me chamo Juliene.

VELMA – O nome todo.

JULIENE – É Juliene Adarck Delphino.

FERNADA – (falando baixo com Bruna com cara de nojo)

VELMA – Nome sofisticado, gostei. Pode se assentar.

Cíntia aponta para uma cadeira vazia que está mais à frente, na mesma parede que fica a porta.

CÍNTIA – (apontando pra cadeira vazia) Ali tem lugar.

Juliene caminha até a cadeira sem olhar para os alunos da sua classe. Cíntia sai da sala. Juliene tímida, senta na cadeira ao lado de Guilherme, tira o caderno e caneta da mochila e os coloca sobre a mesa da carteira.

GUILHERME – Seja bem-vinda.

JULIENE – Obrigada.

VELMA – Resolvam os exercícios 2,3,5,6 e 7 da página 22.

MARCELLINE – (sentada ao lado de Guilherme) Pra casa professora?

VELMA – Não, pra agora.

MARCELLINE – Mas não vai dar tempo, já vai bater o sinal do intervalo.

VELMA – Mas já?

RENATA – (sentada ao lado de Marcelline) Falta só 10 minutos.

VELMA – Então façam pelo menos até o número 5, o restante se não der tempo vocês fazem em casa.

MARCELLINE – Guilherme me ajuda a fazer esse dever.

RENATA – Me ajuda também.

GUILHERME – Vocês estão me achando com cara de internet? Tudo que me perguntam vocês querem que eu responda?

MARCELLINE – É porque biologia não é comigo.

GUILHERME – (falando com Juliene) Você quer meu livro emprestado pra tentar fazer?

JULIENE – Não, eu sei que não vou conseguir resolver nenhum exercício.

MARCELLINE – (falando com Juliene) Ei, você.

JULIENE – Meu nome é Juliene.

MARCELLINE – Juliene, o ano letivo começou há um mês quase e só agora que você veio pro colégio?

JULIENE – Acabei de me mudar pra cá ontem.

MARCELLINE – Ata.

GUILHERME – Você veio de onde?

JULIENE – Da minha casa.

GUILHERME – Não, tá, mas onde você morava antes de se mudar pra cá?

JULIENE – Na minha antiga casa.

Marcelline segurava o riso.

GUILHERME – Tá, mas onde fica sua antiga casa?

JULIENE – Na minha antiga rua.

GUILHERME – (já estava ficando furioso) Tá mas, onde fica sua antiga rua?

JULIENE – Na minha antiga cidade.

GUILHERME – Tá mas... (Guilherme é interrompido por Marcelline)

MARCELLINE – Desiste Guilherme, ela não quer falar o nome da cidade de onde ela veio.

JULIENE – Ah, vocês querem saber de que cidade eu vim?

GUILHERME – Até que enfim você entendeu!

Marcelline rir da situação. Renata era a única do grupo que estava fazendo o dever.

JULIENE – Eu vim de Vassouras.

MARCELLINE – Vassouras?

GUILHERME – Ata, já fui lá em Vassouras, minha tia morava lá.

MERCELLINE – Nunca ouvi falar dessa cidade.

GUILHERME – É porque lá é uma cidade calma. Não tem quase nada lá.

MARCELLINE – Sério?

GUILHERME – Ahan. O mercado fica a quilômetros de distância da sua casa.

JULIENE – É, lá é bem pacato.

GUILHERME – Eu senti esse impacto porque onde eu moro tem tudo perto, tem mercado, farmácia, sorveteria e muitas coisas, basta só eu subir para a esquina.

MARCELLINE – Em que lugar de Novo Trevo você está morando agora?

JULIENE – Você sabe que eu não sei.

GUILHERME – Não sabe nada? Nem um ponto de referência?

JULIENE – Vizinha irritante é um ponto de referência?

GUILHERME – Não porque nessa cidade tem um monte.

Marcelline e Guilherme riem, Juliene dá um pequeno sorriso.

GUILHERME – Ih gente, esqueci que tem dever pra fazer.

MARCELLINE – É mesmo. (se vira, na direção de Renata) Renata, fez o dever?

RENATA – Fazer eu fiz, só não sei se tá certo. (sorrir)

MARCELLINE – São que horas?

Renata pega seu celular na mochila e informa as horas pra Marcelline.

RENATA – São oito e cinquenta e nove (08:59).

MARCELLE – Ah, então vou fazer em casa, já vai bater o sinal.

O sinal para o intervalo toca.

MERCELLINE – Só foi eu falar.

Os alunos começam a se levantarem das carteiras e começam a sair da sala. Renata e Guilherme pegam seus lanches em suas mochilas.

MARCELLINE – (já de pé) Ah gente, não trouxe lanche hoje.

GUILHERME – (terminara de pegar seu lanche na mochila, era sanduíche natural e sua garrafinha de suco. Já de pé) Nem dinheiro pra comprar você trouxe?

MARCELLINE – Não.

RENATA – (com um pacote de biscoito doce e uma garrafinha de refrigerante. Se levanta) Eu te dou um pouco do meu. 

MARCELLINE – Obrigada Renata.

GHILHERME – (caminhando em direção a porta) Vamos gente.

Eles saem da sala, Juliene os acompanha.

NO PÁTIO DO COLÉGIO CENT

Juliene, Guilherme, Marcelline, Renata estão sentados respectivamente nessa ordem um grande banco no pátio da escola. Em frente a eles ficava a cantina e bem mais ao lado ficava a quadra poliesportiva do colégio.

GUILHERME – Qual o nome da escola que você veio.

JULIENE – Era o EMODI.

GUILHERME – Não conheço.

RENATA – (falando com Juliene) Ah é, oi, nem tinha falado contigo ainda.

JULIENE – Oi.

MARCELLINE – Era bom o seu antigo colégio? O ensino era puxado?

JULIENE – Sim.

RENATA – Quanto que seus pais pagavam de mensalidade no EMODI sei lá.

JULIENE – Mil e duzentos (1200) por aí.

Todos ficam impressionados.

MARCELLINE – O que?! Mil e duzentos por mês?

JULIENE – Sim.

GUILHERME – (falando com Marcelline e Renata) Mas talvez não fique muito puxado porque o pai e a mãe dela dividem a mensalidade.

JULIENE – Meu pai é separado da minha mãe.

GUILHERME – Então qual dos dois pagavam sua mensalidade?

JULIENE – Só o meu pai. Esse ano eu saí de lá porque a mensalidade aumentou.

RENATA – Mais ainda!

JULIENE – Sim. Meu pai pagava a mensalidade minha e da minha irmã que também era mil e pouco. Se eu não me engano a mensalidade passou a ser mil e quinhentos (1500).

GUILHERME – Então você veio pra cá só com o seu pai e a sua irmã?

JULIENE – E infelizmente com a minha madrasta. Tipo, essa irmã que eu tenho e que veio pra cá também é filha do meu pai com a minha madrasta.

RENATA – Você não gosta da sua madrasta?

JULIENE – Eu até gosto um pouquinho dela, mas ela é um pouco chata as vezes.

GUILHERME – Você tem outros irmãos além desse que você disse?

JULIENE – Que isso agora? Um talk show?

MARCELLINE – Ah é assim mesmo, no meu primeiro dia de aula o Guilherme me encheu de perguntas, perguntou tudo sobre a minha vida.

GUILHERME – É porque assim eu faço uma análise de como é a pessoa. Tipo assim, eu percebi que a Juliene é uma pessoa bem Dark.

JULIENE – Como assim eu sou uma pessoa escura. Dark significa escuro.

GUILHERME – Não, é que eu associo a palavra Dark a tudo que é maligno, do mal, das trevas...

JULIENE – (com um sorriso no rosto) Você me acha maligna?

GUILHERME – Acho não, tenho certeza.

JULIENE – (ainda com um sorriso no rosto) Nossa... Obrigada. Se for assim, sou totalmente Dark.

POR VOLTA DAS 13:00 DA TARDE, NO PORTÃO DE SAÍDA DO COLÉGIO CENT

O sinal acabara de bater, os alunos estavam saindo do colégio e indo para suas casas. Juliene antes de sair do portão da escola escuta seu nome sendo chamado. Juliene olha pra trás, eram seus novos amigos Marcelline, Guilherme e Renata que estavam acenando pra ela. Juliene também acena pra eles.

MARCELLINE – (distante de Juliene, quase gritando) Até amanhã.

JULIENE – Até.

Juliene sai no portão do colégio, seu pai já estava a sua espera encostado no carro. Juliene vai até seu pai.

GERALDO – Parece que você já fez novos amigos.

JULIENE – É... Até que eles são legalzinhos.

Geraldo sorrir. Eles entram no carro.

EM UM QUARTO DO HOSPITAL DA CIDADE NOVO TREVO

O médico, o mesmo que atenderas a algumas horas atrás, se aproxima de Édina que está do lado da cama de Ingride.

MÉDICO – Ela pode ir em bora.

ÉDINA – (feliz da vida) Ai, graças a Deus doutor!

MÉDICO – (entregando-a uma prancheta) Assine aqui.

Édina pega a prancheta da mão do médico.

ÉDINA – Caneta, tem uma caneta?

MÉDICO – (pega a caneta do bolço do seu jaleco e a entrega) Aqui.

Édina pega a caneta e assina seu nome na prancheta. Logo depois o devolve.

ÉDINA – Já podemos ir.

MÉDICO – Claro. Só tome cuidado pra não ingerir cloro de novo.

ÉDINA – Sim, com certeza.

NO CAMINHO PRA CASA

Geraldo está dirigindo o carro em baixa velocidade e Juliene está escutando música através de seus fones de ouvidos, sua cabeça está encostada no vidro janela do carro. Mais afrente Juliene avista uma loja de material escolar e ao passar pela loja Juliene pede pra parar o carro.

JULIENE – (já havia passado a loja) Pai para o carro!

GERALDO – Pra quê?

JULIENE – Para o carro!

Geraldo freia o carro.

GERALDO – O que houve?

JULIENE – Eu quero ir naquela loja que passou.

GERALDO – Onde Juliene?

JULIENE – Dá a ré que você vai ver.

GERALDO – (liga a ré) Caramba em!

Geraldo começa a dar a ré no carro, até que seu celular começa a tocar.

GERALDO – Deve ser sua madrasta.

JULIENE – Não pode atender celular enquanto dirige!

GERALDO – Para de palhaçada Juliene, deve ser importante, além do mais...

Geraldo para o carro.

GERALDO – (pegando o celular) Vou atender enquanto não dirijo.

JULIENE – (abrindo a porta do carro) Então eu vou a pé.

Juliene sai do carro.

GERALDO – Não demora!

Juliene fecha a porta do carro. Geraldo atende o celular.

GERALDO – Alô.

Era Édina do outro lado da linha.

ÉDINA – O médico acabou de dar alta pra Ingride, estamos indo pra casa.

GERALDO – Quer que eu vá buscar vocês?

ÉDINA – Não precisa, nós vamos de ônibus.

NA LOJA DE MATERIAL ESCOLARES

Juliene está na loja fascinada por tantos cadernos e mochilas femininas bonitas.

JULIENE – É tanta coisa linda.

Uma atendente da loja se aproxima de Juliene.

ATENDENTE – Pois não, no que posso te ajudar.

JULIENE – Em nada obrigada.

Juliene foge da atendente. Juliene olha na prateleira dos cadernos, esses cadernos tinham os integrantes da banda “One Direction” desenhadas em suas capas, na qual Juliene é muito fã.

JULIENE – Minha vontade é de levar todos.

Até que Juliene avista um caderno só que um pouco menor no tamanho, cerca de 20 cm por 15 cm e aparentava ter mais ou menos umas 90 folhas, em sua capa se encontrava um desenho em alto relevo de uma caveira, tudo era bem colorido nas cores preta, roxa, lilás, vermelha, azul escuro e branco. A chave que tranca o diário era feita de ferro, a parte superior da chave tinha uma caveira e a parte inferior era constituído por um osso maior que ficava na vertical e outros três ossos menores que ficavam na horizontal fixo no osso maior. Essa chave ficava presa a um cordão fino trançado de prata. Tudo era estava embalado em uma caixa de plástico transparente.

JULIENE – (pegando esse pequeno caderno nas mãos) Perfeito!

Juliene leva a caixa até o balcão.

JULIENE – (falando com a operadora de caixa) Moça quanto custa esse caderno, lá na prateleira não está o preço.

OPERADORA – Isso não é um caderno, é um diário.

JULIENE – (olhando para o que pensara que era um caderno) Serio? Nossa nem percebi.

A operadora paga a caixa da mão da Juliene e passa o código de barras na máquina.

OPERADORA – São nove reais e noventa e nove centavos (R$9,99).

JULIENE – Só um minuto.

Juliene vasculha sua mochila e acha dez reais.

JULIENE – (vasculhando a mochila) Onde está, onde está... Achei. (entregando a operadora de caixa os dez reais) Toma.

A operadora pega o dinheiro da mão de Juliene e coloca na caixa registradora. Depois coloca a caixa com o diário na sacola, tira o cupom fiscal da caixa registradora e os entrega a Juliene.

OPERADORA – (entregando a sacola e o cupom fiscal) Aqui está.

Juliene pega-os e permanece parada no mesmo local. A operado percebe que Juliene está parada por mais de 5 segundos no mesmo local.

OPERADORA – Porque ainda está parada aí.

JULIENE – Estou esperando meus um centavo de troco.

OPERADORA – Até você faz questão disso.
DO LADO DE FORA DA LOJA, NO CARRO DE GERALDO
   
Juliene abre a porta do carro de Geraldo e entra.

GERALDO – Demorou em.

JULIENE – Fui o mais rápido que pude.

GERALDO – O que você foi fazer lá?

JULIENE – Ah, só fui comprar um diário e mais nada.

Geraldo liga o carro e vai rumo à sua casa.

EM FRENTE A CASA DE GERALDO

Geraldo estaciona o carro em frente à sua casa. Juliene e Geraldo descem do carro. Juliene está segurando sua sacola com a caixa do diário que acabara de comprar. Eles fecham a porta do carro.

GERALDO – (olhando pra frente, na direção da esquina da rua) Olha só quem também acaba de chegar.

Juliene olha na direção da esquina.

JULIENE – (falando com sido mesma) Hum... Não deveria ter misturado cloro com água, da próxima vez dou cloro puro pra ela beber.

Ingride larga a mão de Édina.

INGRIDE – (correndo em direção a Geraldo) Pai!

GERALDO – (abraçando Ingride) Ha filha, fiquei preocupado com você.

JULIENE – (estava vendo seu pai abraçar sua irmã, mas logo se virou) Aff, é muito amor, é melhor eu entrar.

Juliene entra na sua casa.

NO QUARTO DE JULIENE E INGRIDE

Juliene entra em seu quarto e vai direto pra sua cama. Coloca a mochila no chão de forma que podia alcançá-la sem sair da cama. Lá ela começa a abrir a caixa do diário. Ao abrir fica fascinada.

JULIENE – Nossa! É mais bonito pessoalmente.

Juliene pega o cordão cujo seu pingente é a chave que abre o diário.

JULIENE – (colocando o cordão no pescoço) Então eu carrego a chave como se fosse um cordão. Interessante.

Juliene nota que em baixo do seu diário tinha um saquinho cheio de letras coloridas. Ela pega esse saquinho na mão.

JULIENE – E pra que serve isso.

Juliene lê o que estava escrito no verso da embalagem.

JULIENE – “Essa embalagem contém letras de diferentes cores e estilos, aproveite pra formar seu nome e colocar na capa desse diário”.

Juliene abre a embalagem e despeja todas as letras na cama. Depois vai pegando as letras que formam seu nome. As letras eram revestidas de veludo, assim como a capa do diário. Dentro das letras tinha um forte imã.

JULIENE – (depois que separas as letras que formam seu nome “Juliene Adarck”) Pronto, separadas, mas como faço pra colá-las no diário?

Juliene aproxima a letra “J” do diário e sente ela grudar no diário.

JULIENE – Han, é imã.

Juliene coloca todas as letras do seu nome no diário. O primeiro nome “Juliene” ficou no topo da capa e o segundo nome “Adarck” ficou logo em baixo do primeiro nome. Juliene admira sua criação.

JULIENE – Perfeito.

Assim que diz, Ingride, Édina e Geraldo entram no quarto.

ÉDINA – (falando com Ingride) Deita pra descansar um pouco filha.

INGRIDE – (olhando pra Juliene) Ou! O que você está fazendo na minha cama?

JULIENE – Essa não é a sua cama, é minha cama.

INGRIDE – Não! Ela é minha, eu escolhi primeiro.

JULIENE – Ela não é sua, é minha.

INGRIDE – Pai, tira ela da minha cama!

GERALDO – Não Ingride, sua irmã escolheu aquela cama primeiro.

INGRIDE – Mas fui eu que...

GERALDO – Sem mas. Você vai ficar com essa cama (apontando pra coma que não tinha janela por perto).

Ingride deita na cama com a cara fechada.

ÉDINA – Descanse filha, se precisar é só chamar.

Geraldo e Édina saem do quarto. Juliene sorrir pra Ingride que vira a cara pro outro lado.

JULIENE – Está me dando uma vontade incontrolável de escrever nesse diário.

Juliene pega uma caneta preta em sua mochila e começa a escrever em seu diário.

JULIENE – (escrevendo em seu diário. Voz pensamento) Hoje percebi que vivo em um mundo totalmente estranho. Conheci pessoas novas no meu novo colégio... Até que eles são legais. Mas acho que ninguém me entende, nem eu as vezes me entendo! Se eu quero alguma coisa tenho que batalhar pra conseguir, mas no final sempre consigo o que quero.

Juliene escuta o grito de Édina que aparentava vir da cozinha.

ÉDINA – Geraldo! (Ingride senta na cama assustada) Acho que acabei de beber cloro, me lava pro hospital! 

JULIENE – (com um sorriso rasgado no rosto. Escrevendo em seu diário. Voz pensamento) Para as pessoas que me desafiam só tenho quatro palavrinhas a dizer: Nunca subestimem minha malignidade! (mostrar o rosto sério de Juliene, com um leve sorriso)

FIM.











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