Sob o Domínio do Rei - Capítulo 8





Capítulo 8
Nunca me senti assim



CENA 1/PONTE INTERDITADA/DIA

Jean, leva, Carol numa ponte interditada, e uma paisagem seca revela-se um cenário lindo para os pensamentos fluírem. Encostada no parapeito, diz extasiada:
Carol – Que lugar é esse?
Jean – Eu não sei, mas desde que descobri que existia, venho aqui pra pensar. Fazer pedidos – Risos.
Carol – Que bom se na vida tivesse uma ponte dos desejos.
Jean – Pois, é…
Carol – Obrigado, viu?
Jean – Obrigado, por que?
Carol – Não sei […] Hoje é o dia mais cinza e seco da minha vida. Simplesmente pelo fato de estar neste lugar, senti que tinha que te agradecer.
Jean, olha para, Carol, sorrindo.
CENA 2/REI DO FUMO/DIA
Armando, fala com Jean, pelo celular. Fano está entrando e ouve:
Armando – Está bem, fique o quanto for preciso, meu filho. Até logo.
Fano – Ela está com ele?
Armando – Sim.
Fano – Onde eles estão?
Armando – Não perguntei. Deixe a sua namorada pensar um pouco, tudo que acabou de acontecer tira qualquer pessoa do prumo.
Fano – Eu não confio nesse, Jean.
Armando, ri e diz:
Armando – Tiene celos. ¿Lo que puede suceder? tu novia te ama, y es un poco ciega, creer en sus palabras dulces.
CENA 3/PONTE INTERDITADA/DIA
Jean, se aproxima de Carol, que sentada na beira do rio, diz:
Carol – O seu telefonema, era pro Dom Armando?
Jean – Era, sim. O telefonema importante de que lhe falei ainda não tive coragem de dar.
Carol, estranha.
Carol – Que estranho. É o primeiro empregado do meu pai que tem medo.
Jean, senta-se ao lado de Carol e diz:
Jean – Há pessoas, que dizem não ter medo de nada, mas todo mundo tem um medo.
Carol – Eu tinha medo do dia que a minha mãe morresse, só que eu pensava que esse dia não ia chegar. E do que você tem medo, Jean?
Jean – Tenho medo, de estar aqui, tenho medo do amanhã, por que de verdade nunca imaginei que viveria tantas coisas nos últimos meses. Um inferno. 
E sua mente não consegue deixar as lembranças para trás. 
CENA 4/ELES PODEM ESTAR EM TODOS OS LUGARES/DIA 
Carlos, arruma latas em cima de um tronco de madeira e em seguida entrega uma pistola a Jean, que aprende atirar.
Carlos – Eles podem estar em todos os lugares meu amigo, deves desconfiar até da tua própria sombra.
Carlos – Toma. Segure com as duas mãos.
Jean – Assim?
Carlos – Afasta mais as pernas. Atire!
O primeiro tiro não acerta o primeiro alvo e Carlos diz:
Carlos – Concentra, Jean. Imagina que cada uma dessas latinhas é uma pessoa que quer te matar. 
CENA 5/GALPÃO/DIA 
Num galpão, Carlos abre uma caixa que fica entre algumas velharias e joga seu conteúdo sobre um balcão de madeira e explica a Jean o que fazer.
Carlos – Aqui, Jean. Esse dinheiro é pra você usar em caso de fuga. Essa arma é para a sua proteção. E aqui um passaporte caso tenha que sair do país.
Jean – Carlos, eu não entendo muito bem o que está acontecendo, por que alguém ia querer me matar eu mal conheço você, eu mal cheguei na cidade.
Carlos – Você me conheceu. E já é o suficiente. Nesse negócio ninguém pergunta, Jean. Só matam.
CENA 6/CORRE, JEAN, CORRE E NÃO PARE DE CORRER/NOITE
Duas camionetes cercam Carlos e Jean, numa rua com pouca iluminação e sem testemunhas. Fera e seus capangas descem empunhando suas armas. Carlos grita.
Carlos – Corre, Jean.
Jean – Mas e você?
Carlos – Pra mim já era. Corre, Jean, corre e não pare de correr.
Jean, sai correndo pelas ruas estreitas de uma periferia. Augusto, saca uma arma e atira antes mesmo de iniciar a perseguição. Jean esconde-se entre duas colunas, saca uma arma e se prepara para a troca de tiros.
CENA 7/PONTE INTERDITADA/DIA
Carol, levanta-se e começa a tirar a roupa, Jean, estranha:
Jean – O que você está fazendo?
Carol – Eu não quero sentir mais medo. Você vem? - sorrindo.
Carol, corre para a água, e Jean, se encoraja tira suas roupas e pula também. Próximos, um do outro, Jean, diz a Carol, que o beija com intensidade.
Jean – Também não quero mais sentir medo.
CENA 8/CASA DE CAROL/DIA
Carol, entra em casa correndo, e na sala encontra, Fano, que estranha ver seus cabelos molhados.
Fano – Oi…
Carol – Oi… – Fano, se aproxima.
Fano – Como você está?
Carol – De verdade? Nunca me senti assim, antes.
CENA 9/APARTAMENTO DE JEAN/DIA
De seu apartamento, Jean, liga para a mãe que atende da varanda de casa.
Jean – Mãe…
D. Ivone – Meu filho, como é bom te escutar.
Jean – Já está na hora da senhora e a Ritinha, virem comigo.
D. Ivone, não se sente bem. A emoção de ouvir o filho a faz procurar apoio na rede:
D. Ivone – Você está bem, meu filho?
Jean, engole o choro e diz:
Jean – Estou, eu só preciso do seu colo agora.
D. Ivone, desliga o celular e diz, a Ritinha.
D. Ivone – Ele vem buscar a gente, Rita.
Ritinha , se aproxima deita no colo de D. Ivone e diz:
Ritinha – Eu queria tanto ouvir isso dele. Mas o que vou ter dele D. Ivone? – chorando.
D.Ivone, passa a mão nos cabelos de Ritinha e diz:
D. Ivone – Mesmo que esse amor que vocês têm um pelo outro não seja o amor entre um homem e uma mulher ele sempre vai existir.
Ritinha, olha para Ivone.
Ritinha – Eu não quero esse tipo de amor, eu quero ele como uma mulher quer um homem, D. Ivone. Meu homem, meu Jean. 
CENA 10/CASA DE CAROL/NOITE
No quarto, Carol, ajeita os cabelos em frente o espelho. Abre as cortinas da varanda e sorri para Jean, que a espera. 
CENA 11/REI DO FUMO/NOITE
Fano, entra em sua sala pega da gaveta seu notebook, e procura por Carol em cada cômodo da casa em que instalou câmeras de vigilância. E no quarto, vê Carol transando com Jean. 
Fano – Desgraçado!
CENA 12/ CASA DE CAROL/NOITE
No quarto, com Jean, Carol acende um cigarro e diz:
Carol – Dizem que fumar depois do sexo é uma das piores coisas que alguém pode fazer, mas é como um segundo orgasmo.
Jean, vira-se para Carol e ainda, deitado diz:
Jean – Quem é você? Que poder você tem? O que você fez comigo que eu só penso em estar nos lugares que você está?
Carol – Tem medo de mim, Jean Ribeiro?
Jean – Tenho medo de tudo que faz meu coração ficar acelerado.
Carol, ri e diz:
Carol – Eu tenho que aprender tanto de você. Me fascina, Jean, esse seu olhar profundo, seu jeito de andar, como você fala. As vezes te vejo caminhando e você parece um príncipe, um príncipe não, é muito pouco, um rei.
Jean, fica desconcertado e Carol, levanta-se para vestir a camisola.
Carol – Mas realmente é uma pena, porque  eu não vou ter tempo de tempo de aprender sobre você agora, eu preciso dormir.
CENA 13/REI DO FUMO/DIA
Subindo as escadas para os escritórios, Fano segura, Ramiro no meio do caminho e diz:
Fano – Precisamos tirar, Jean Ribeiro do caminho.
congelamento final de capítulo Fano Cardona



Continua... 
            

Postar um comentário

0 Comentários