Sob o Domínio do Rei - Capítulo 13





 Capítulo 13
Aliado Improvável



CENA 1/CATIVEIRO DE JEAN/ INTERIOR/DIA
Algemado a uma máquina, Jean, quase sem forças ouve tiros, e logo tenta se proteger das balas que alvejam o portão do depósito. A claridade do sol o impede de ver o rosto do homem que entra com duas pistolas nas mãos.
Jean - Quem está aí? Quem é?
Fano, se aproxima para livrá-lo:
Fano - Jean, calma.
Jean - Que caralho está fazendo aqui? – EXALTADO.
Fano - Temos que ir.
Jean - Eu não vou a lugar nenhum.
Fano - Calma.
Jean - Que diabos está acontecendo?
Fano - Há qualquer momento aqueles desgraçados podem aparecer. Se quer ficar, fique. Mas estou quase sem balas.
Jean - Me solta.
Fano, segura, Jean, e olhando em seus olhos diz:
Fano - Jean, você é o novo rei agora.
                                                          
                                6 HORAS ANTES
CENA 2/ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA/INTERIOR/ DIA
Reunido com, Carol e Fano, Nathan, dá início a leitura do testamento de Don Armando.
Nathan - Às cláusulas do testamento de Don Armando, são bem claras, quanto a presença do motorista.
Fano – Nathan […] - nervoso
Fano - Somos da família somente, Carol e eu, acho justo que a leitura seja feita mesmo sem a presença do Jean Ribeiro.
Nathan - Posso até realizar a leitura sem a presença do requerido, porém todas as posses de Don Armando ficarão bloqueados sem uma aceitação ou desistência oficial por parte dele.
Fano – Estamos cientes disto.
CENA 3/RUA DO APARTAMENTO DE JEAN/ EXTERIOR/DIA
Jean, desativa o alarme do carro, mas antes de abri-lo recebe um choque e é carregado por dois homens para um outro carro.
Jean – Que é isso? Me solta! me Solta!
CENA 4/ ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA/ INTERIOR/ DIA
Nathan, dá início a leitura do testamento. Carol, permanece imóvel o tempo todo, Fano se retorce na cadeira.
Nathan - “Eu Don Armando Cardona, naturalizado brasileiro, 65 anos, empresário, inscrito no CPF 056988135-19 e R.G 09442771-0, residente e domiciliado no estado do Mato Grosso do Sul, estando em perfeito juízo e em pleno gozo de minhas faculdades intelectuais, sem nenhuma interdição, na presença de três testemunhas a seguir qualificadas [...]
Livre de qualquer induzimento ou coação, resolvo lavrar o presente testamento particular no qual exaro minha última vontade, pela forma e maneira seguinte: PRIMEIRO: não podendo dispor de todo meu patrimônio por possuir herdeiros necessários, deixo para Carolina Cardona, 02 condomínios situados no bairro Anchieta, três fazendas com produção de gado de corte, situadas no estado do Mato Grosso do Sul, duas casas, sendo  a que vivo atualmente e a que a já citada reside hoje com o noivo, a empresa de produtos de limpezas  a qual era controlada por, Araceli Cardona (já falecida), bem como seus pertences pessoais, como joias e  carros. SEGUNDO: deixo para Fernando Luiz Cardona, 01 condomínio de apartamentos, situado no bairro Primavera, o qual reside parte de meus funcionários, a empresa de transportes de carga Argan, também situada no bairro Primavera, 01 apartamento duplex no estado do Rio de Janeiro, assim como meus pertences pessoais de valores e meus 02 carros particulares. TERCEIRO: por estima e confiança, deixo a Jean Ribeiro (meu motorista particular e guarda-costas), a posse e controle total da empresa “O Rei do Fumo”, as terras destinadas ao plantio de tabaco, galpões de colheita e armazéns, assim como o controle de minhas contas bancárias pessoais e jurídicas ligadas a Empresa já citada.  
Declaro não existir testamento anterior em qualquer de suas formas legais. Nada mais tendo a lavrar, dou por encerrado o presente testamento na presença das (03) três testemunhas acima qualificadas, para as quais li a íntegra do que nele se contém que o confirmará em juízo, de conformidade com a lei. Dou, assim, por concluído este meu testamento particular”.
Nathan - Bem senhores, essas são as últimas vontades do meu falecido cliente. Alguma objeção?
Carol - Nem uma objeção.
Fano, desapontado:
Fano - Nem uma objeção? Esse estranho vai dominar mais de 60% da fortuna do seu pai e você não tem objeção, Carolina?
Carol - Fano, Fano! Que seja feita a vontade do meu pai, a gente não teve um bom relacionamento em vida e mesmo assim ele me deixou muito bem, ele deixou você muito bem. É muito mais do que precisamos, Fano, é infinitamente muito mais.
Nathan - Eu acho que vocês deveriam conversar, como advogado de Dom Armando, e agora como representante de Jean Ribeiro, não vejo esse conflito de interesses com bons olhos, vou deixá-los à vontade, com licença.
Nathan, levanta-se da cadeira, ajeita o blazer e sai sem tirar o olho dos dois. Fano levanta-se preocupado.
Fano - Será assim mesmo?
Carol - E nós temos escolha?
Carol, se aproxima de Fano, e o convence:
Carol - Querido, uma vez eu falei pra gente ficar livre de tudo isso, esse dinheiro sujo, sempre trouxe muitos problemas, guerras, mortes. E agora nós estamos fora de tudo isso.
CENA 5/ ESCRITÓRIO DE ARMANDO/ INTERIOR /DIA
Jogando cartas com Cardona, Fano, aprende sobre os negócios do tráfico:
Don Armando - Tiene que saber jugar hijo, en ese negocio los débiles son siempre los primeros que se rompe. Cada error, cada equívoco que comete es un punto más para su final que siempre son dos opciones: la prisión o la muerte.
CENA 6/FUNERAL DE ARMANDO CARDONA/ EXTERIOR/DIA
Conversando com, Walter e Júlio Pernas, Fano, percebe que substituir o Rei não será uma tarefa fácil.
Walter - Com a morte do nosso respeitado Rei, aquele que o venha suceder enfrentará uma carga muito pesada, terá que provar sua capacidade com astúcia, sem falhas…
Batendo no ombro de Fano, Walter enfatiza:
Walter - Te prepara, Fano, te prepara pra essa guerra, e eu espero que vença!
CENA 7/CARRO DOS SEQUESTRADORES/EXTERIOR/DIA
No carro de seus sequestrados, Jean, sob a mira de um revólver, questiona:
Jean - Pra onde estão me levando? - Altera a voz - Pra onde caralho?
Um dos homens encosta a arma na sua cabeça e diz:
Sequestrador - Quietinho, quietinho, ou estouro seus miolos aqui mesmo. Deita, deita… Isso, isso cachorrinho.
CENA 8/CASA DE CAROL E FANO/INTERIOR/DIA
No banheiro, de frente para o espelho, Fano, lava o rosto, preocupado. O mundo CAINDO sobre a sua cabeça. No quarto caminha de um lado para o outro, e no celular fala com, Júlio Pernas.
Fano - Abortar missão, abortar missão tá me ouvindo?
Júlio – (off) Tarde demais irmão, trato é trato. - encerra a chamada.
Fano - Merda!
CENA 9/CASA DE BARTÔ/ INTERIOR/ DIA
Sem notícias de Jean, Bartô, liga várias vezes para seu celular:
Bartô - Droga, Jean! em que inferno você se meteu caralho? Atende esse celular.
CENA 10/CATIVEIRO DE JEAN/ EXTERIOR/ DIA
Fano, chega ao galpão, que serve de cativeiro para, Jean e no portão trancado a correntes e cadeados é recebido por um capanga armado.
Capanga -  O que quer aqui?
Fano - Júlio Pernas, me mandou.
Capanga - Como se chama?
Fano - Fano Cardona.
Enquanto, o capanga pega o celular para se comunicar com Júlio, Fano, saca a pistola do carro e dispara contra seu peito, estoura o cadeado a balas e adentra o terreno de carro. No cativeiro, Jean, protege-se das balas que ele, dispara contra o portão.
Jean - Quem está aí? Quem é?
Fano, se aproxima para livra-lo:
Fano - Jean, calma.
Jean - Que caralho está fazendo aqui? – EXECUTADO.
Fano - Temos que ir.
Jean - Eu não vou a lugar nenhum.
Fano - Calma.
Jean - Que diabos está acontecendo?
Fano - Há qualquer momento aqueles desgraçados podem aparecer. Se quer ficar, fique. Mas estou quase sem balas.
Jean - Me solta.
Fano, segura, Jean, e olhando em seus olhos diz:
Fano - Jean, você é o novo rei agora.
O solta, levanta-se e o chama para ir com ele:
Fano - E vale mais vivo que morto.
Jean - O que você quer?
Fano - O mesmo que você viver, vamos, vamos, Jean!
CENA 11/CARRO DE FANO/ EXTERIOR/ DIA
No carro, Jean, saca a pistola que Fano guardou do lado do câmbio e aponta para ele.
Jean - Para o carro!
Fano - Solta, essa arma! Solta.
Jean - Para esse carro, Caralho!
Fano, quase perde o controle da direção, e já com o carro no acostamento saca de uma pistola e aponta para, Jean.
Fano - Se quer nos pegamos a bala aqui mesmo.
Jean - Que caralho está acontecendo? Vamos diga!
Fano, larga a pistola e levanta as mãos. Jean, encosta a arma em seu rosto.
Fano - Eu posso te ajudar, sou mais útil vivo que morto. Começou a guerra, Jean, Walter e Júlio Pernas, querem controlar os negócios do rei, com você morto logo acabaram com os últimos Cardona que restam.
Jean - Você me entregou a eles, não?
Fano - Eu me equivoquei, merda! A ficha caiu só agora, me usaram, Jean.
Jean, tira a arma do rosto de Fano e ordena.
Jean - Dirija. Dirija, caralho, dirija!

CONTINUA...  



 congelamento final de capítulo carro de Fano


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