Buquê de Lágrimas- Capítulo 7.

Capítulo 7:
Cena 1: Hospital/ Quarto de Benício/ Interior/ Manhã.
Benício está conversando com o médico e Olavo entra no quarto com muita agressividade.
Olavo- furioso: Desgraçado, é agora que eu te mato.
O médico fica chocado e segura Olavo, que tenta ir pra cima de Benício. Jordânia chega ao local.
Jordânia: Pelo amor de Deus, Olavo, vai embora, essa briga não vai te levar à lugar nenhum, você só vai arrumar problemas pra sua vida.
O médico faz muito esforço para segurar Olavo, que consegue se soltar. Jordânia segura Olavo, mas ele joga-a no chão. Olavo enforca Benício.
Olavo- diabolicamente: Vou te matar, seu desgraçado, você acabou com a minha vida, acabou com meu relacionamento.
Benício tenta falar, mas ele não consegue. Jordânia pega uma jarra de água e joga na cabeça de Olavo, que desmaia.
Médico- assustado: Meu Deus, por que você fez isso?
Jordânia: Ele passou dos limites!
O médico chama alguns ajudantes e coloca Olavo em uma maca, levando-o para outra sala. Jordânia vai até Benicio, que está tossindo.
Jordânia- preocupada: Você está bem, Benicio?
Benício: Sim, Jordânia, mas esse não é o problema, já pensou no que o Olavo pode fazer quando acordar? E se ele resolve abrir uma queixa contra você na delegacia?
Jordânia fica tensa.
Cena 2: Piraquara- PR/ Penitenciária Feminina no Paraná/ Cela/ Interior/ Manhã.
Eric: Eu não posso, Helena, eu acredito em você, mas eu não posso te deixar sair daqui, eu acabaria com toda a minha carreira, tudo o que eu sonhei iria por água abaixo.
Helena- implora: Então me ajuda de outra forma? Fala com alguém, conta a minha situação, ninguém acredita em mim!
Eric: O que mais complica é que eu moro aqui no Paraná e você veio do Rio Grande do Sul, ninguém vai acreditar em mim, uma vez que você depôs na minha frente e eles comprovaram que não nos conhecemos.
Helena: Então vá você em busca da minha filha? Ou deixa eu falar com algum detetive? O que não me falta é dinheiro.
Camila vai até Helena.
Camila: Se acalma, Helena, o moço não pode se arriscar assim, ele acabaria com a carreira dele.
Helena- marejando/ inconformada: E quem vai ajudar a minha filha? Ela está lá nas mãos daquele demônio e ninguém faz nada!
Camila: Eu não sei o que vamos fazer, mas vamos dar um jeito.
Eric- lamentando: Me perdoa, Helena.
Helena- furiosa: Te perdoar? Se eu estou aqui é por sua causa, se você tivesse me ouvido, eu não estaria nessa maldita cela. -grita- Aaaaaaaaaahhhhhh! Que ódio!
Eric: Fica calma.
Helena: Pelo amor de Deus, some da minha frente.
Eric vai embora. Helena e Camila sentam.
Helena- chorando: Isso tudo é culpa minha, por que eu não fui ouvir a minha filha?
Camila: Eu sei que não é um bom momento, mas você teve chances pra ver que o Ronald não era quem você achava. Você foi muito grossa com o Eric, ele não tem culpa de nada, acho que você quem deveria pedir perdão pra ele.
Helena fica pensativa.
Cena 3: Paramaribo- Suriname/ Boate Sexy Body/ Escritório/ Interior/ Tarde.
James e Ronald conversam com um homem que aparenta ter uns 55 anos.
James: Temos um catálogo com as nossas meninas.
Ronald- malicioso: Tenho certeza de que você vai gostar, elas estão bem gostosinhas.
Homem: Deixe-me ver.
O homem pega o catálogo e olha com muita lentidão.
James- curioso: E aí, não se agradou de nenhuma até agora?
Homem: Ainda não.
Ronald e James se entreolham. O homem fecha o portfólio com fotos das garotas.
Homem: Não me agradei de nenhuma.
James: Infelizmente nós não vamos poder fazer nada então.
Homem: Se é só isso, então muito obrigado.
Ronald- interrompendo: Não, espere! Nós temos uma nova garota.
Homem: E onde ela está?
Ronald: Está se arrumando, mas ela só estará disponível amanhã.
Homem- tendencioso: Virgem?
Ronald- diabólico: Nunca foi tocada.
Homem: Já gostei! (t) Traga ela para que eu veja.
Ronald vai pegar Maria Eduarda, enquanto James fica com o homem na sala.
James: Essa garota é um espetáculo, 10 anos.
Homem: Eu amo novinhas.
Depois de um tempo, Ronald chega com Maria Eduarda, o homem olha pra ela com muito desejo.
Homem: Eu pago o preço que for pra ficar com ela.
Maria Eduarda fica com medo.
Cena 4: Anoitece. Casa de Dionísia/ Sala de refeições/ Interior.
Dionísia e Diana estão sentadas à mesa comendo e um silêncio avassalador está tomando conta do local.
Dionísia: Não vai conversar comigo mais não?
Diana: Por que eu deveria falar com uma assassina?
Dionísia: Você só sabe me ofender agora?
Diana: Isso pra mim não tem perdão.
Dionísia: O que tem perdão pra você? Seus erros?
Diana: Não estou falando isso, você não entende.
Dionísia: Tem certeza? Ou você está procurando uma desculpa pra querer fazer algo de errado e ficar sempre jogando na minha cara que eu sou uma assassina? Porque eu tenho certeza de que você não conhece meus motivos.
Diana- decidida: Sabe, mamãe, eu quero conhecer os seus motivos.
Dionísia: Você talvez sentiria nojo de mim por causa disso.
Diana- exigindo: Eu quero saber o que aconteceu!
Dionísia: Eu fui obrigada a ser uma prostituta, e quando soube que estava grávida, decidi planejar a minha fuga com mais agilidade e tive que matar uma das chefes.
Diana fica perplexa.



Cena 5: Piraquara- PR/ Penitenciária Feminina no Paraná/ Cela/ Interior/ Noite.
Helena é surpreendida quando Eric chega na sua cela, ela levanta-se e vai até ele.
Eric: Helena, eu tenho uma notícia pra você!
Helena- esperançosa: Boa? Qual?
Eric: Você disse que dinheiro não seria problema pra você, né?
Helena: Sim, me diz logo o que está acontecendo? Você vai me tirar daqui?
Eric: Meu superior disse que um juiz entrou em contato com ele e comunicou que você pode sair daqui debaixo de uma fiança, pois vocês não estavam fazendo nada de grave naquele avião, foi confirmado nas câmeras que vocês não jogaram nada pra fora, o momento todo vocês foram acompanhados pela nossa equipe.
Helena- emocionada: Sério? Eu não acredito nisso, Eric. Você está me falando a verdade?
Eric: Sim e eu quero me colocar a sua disposição pra te ajudar a encontrar sua filha.
Camila: O quê? Além de nos trazer essa notícia, você vai ir com a gente em busca da Dudinha?
Eric: Sim, a história da Helena me comoveu muito, eu conversei com meu superior e ele acha que isso é uma mentira.
Helena segura nas mãos de Eric.
Helena- terna: Eu não tenho palavras para te agradecer, Eric.
Camila olha para os dois feliz.
Cena 6: Hospital/ Quarto de Olavo/ Interior/ Noite.
Jordânia entra no local e surpreende-se ao ver seus pais no local.
Jordânia: Mãe, pai? O que vocês estão fazendo aqui?
Isabel: Sua inconseqüente, está feliz com o inferno que você está causando?
Olavo: Você quase me matou, Jordânia, você queria que eu morresse pra você ficar com o Benício.
Jorge: O que está acontecendo com você, minha filha?
Jordânia- marejando: Pai, isso é mentira dos dois, eu jamais faria isso!
Isabel: Não tente disfarçar, você fica se fazendo de vítima enquanto você é a principal culpada de tudo, coitada da Dalila, olha que tipo de nora ela iria ter.
Dalila: Você está passando de todos os limites Jordânia, o mínimo que você deveria fazer era se redimir casando com o meu filho!
Jordânia: Eu jamais faria isso.
Jorge: Filha, eu não posso acreditar na decepção que você está me causando.
Jordânia- grita: Não, eu não vou me casar com o Olavo, esse louco!
Isabel aproxima-se de Jordânia e segura a menina, que encolhe caindo no chão e começa a chorar compulsivamente.
Jorge- preocupado: O que está acontecendo, Jordânia?
Jordânia: Eu não aguento mais, eu não vou viver nessa pressão.
Isabel: Você só quer saber do seu amante, sua egoísta.
Jordânia levanta e encara sua mãe.
Jordânia: Eu não vou me render a você, seu monstro! Você não parece a minha mãe, você é a inimiga que eu nunca tive!
Isabel vai dar uma bofetada na filha, mas Jorge segura o braço da mulher.
Isabel: Você vai se arrepender do que falou, Jordânia, você vai engolir todas as suas palavras.
Jordânia vira as costas e sai do quarto.
Cena 7: Casa de Dionísia/ Sala de refeições/ Interior/ Noite.
Diana faz uma cara de nojo.
Diana: Eu não acredito que você já fez isso! Você foi muito mais baixa do que eu pensava.
Dionísia: Eu fui traficada!
Diana: Que nojo, eu preferia estar morta agora do que ter sido filha de um cliente seu.
Dionísia: Diana, você ouviu o que eu disse?
Diana: Eu preferia que a senhora estivesse morta agora, eu preferia nem ter nascido.
Dionísia: Você é a pessoa mais insensível que eu conheço.
Diana: É melhor do que ser uma bastarda, imagina uma amiga me pergunta quem é meu pai e eu respondo que sou filha de um maldito cliente seu!
Dionísia: Eu não escolhi isso, o destino me pregou essa peça.
Diana- fria: Como eu já te disse, sua quenga, era melhor você ter morrido à ser uma vagabunda.
Dionísia- grita: Você não levante a sua voz pra mim, mocinha. Tome muito cuidado com o jeito que você fala comigo.
Diana: Tchau.
Diana sai de casa, deixando Dionísia à mesa, que chora inconsolavelmente.
Cena 8: Paramaribo/ Boate Sexy Body/ Salão/ Interior/ Noite.
Algumas garotas de programa dançam no palco e alguns homens colocam dinheiro. Clara e Maria Eduarda ficam perto do bar conversando, de longe, Ronald e James observam.
Maria Eduarda: Não acredito que eu vou ver você fazendo uma coisa horrível dessas.
Clara: Não vai ser a primeira vez, mas você precisa ser forte, Duda, senão eles acabam te matando, mas ao mesmo tempo se você tiver medo de morrer, eles acabam com a sua vida.
Maria Eduarda- esperançosa: A minha mãe vai vir e vai tirar a gente daqui, você pode ter certeza.
Clara: Olha, Duda, eu não quero te desanimar, mas antes que sua mãe pise aqui, eles podem acabar matando ela.
Maria Eduarda começa a lacrimejar.
Maria Eduarda: Nós não podemos ficar aqui, eu não posso fazer essas coisas horríveis.
Maria Eduarda olha para as garotas dançando sensualmente no palco. Ronald decide subir no local e está com um microfone, todos os homens começam a gritar.
Ronald: Senhores, eu gostaria de lhes informar que há uma grande novidade nessa boate, já tem pessoas fazendo suas reservas, é uma garota completamente virgem.
Clara cutuca Maria Eduarda, que fica com muito medo. Enquanto isso, os homens gritam muito animados.
Ronald: Vocês estão gritando assim porque ainda não viram nada; Esperem até amanhã.
Clara: Maria, ele está falando de você!
Maria Eduarda- amedrontada: Não, isso não pode estar acontecendo, Clara, tem que ser um pesadelo!
Ronald vai até as meninas e encara Maria Eduarda.
Ronald- debochando: Amanhã é o seu grande dia, minha menina. Está animada?
Maria Eduarda: Você vai se arrepender de tudo o que está me fazendo, Ronald, um dia você vai me pagar por tudo!
Ronald- sarcástico: É mesmo, princesinha?
Ronald gargalha e vira as costas.
Maria Eduarda: Eu vou matar ele, Clara, eu juro que vou fazer isso!
Clara fica surpresa com o que ouve.
Cena 9: Casa de Célia/ Quarto de Marília/ Interior/ Noite.
Diana está chorando e Marília tenta acalmá-la.
Diana: Sua mãe não pode saber que eu estou aqui porque ela vai querer ficar ouvindo nossas conversas.
Marília- preocupada: Mas o que pode ser tão sério assim pra você estar desse jeito, amiga?
Diana: Minha mãe me confessou algumas coisas sobre o passado dela.
Marília- intrigada: Confessou? O que ela disse que foi tão forte assim?
Diana: Teve um dia que eu flagrei ela falando que matou uma mulher.
Marília- chocada: O quê? A sua mãe?
Diana: Sim, e depois de um tempo eu fiquei só atormentando ela pra me falar o porquê, mas quando ela me disse, eu preferia nem ter ouvido!
Marília- curiosa: Pelo amor de Deus, eu estou ficando mais preocupada ainda. O que foi que a sua mãe disse que pode ser mais grave do que isso?
Diana chora incansavelmente.
Diana- com dificuldade: Minha mãe foi traficada e teve que se prostituir sem querer.
Marília- perplexa: Sua mãe foi uma prostituta?
Célia que estava passando no corredor, percebe o choro e fica ouvindo atrás da porta.
Diana: Além de ter se prostituído, a minha mãe nem sabe quem é meu pai, eu sou filha de um cliente dela!
Marília mostra-se desacreditada diante de tudo o que ouve. Célia fica horrorizada com o que ouve e coloca a mão na boca.
Cena 10: Curitiba- PR/ Hotel/ Quarto de Camila e Helena/ Interior/ Noite.
Helena chega no local e se joga naquela cama confortável.
Helena: Eu não acredito que vou ir em busca da minha filha.
Camila: Se tivesse me ouvido, era pra gente estar mais ou menos na metade do caminho, mas você preferiu se arriscar.
Helena: Verdade, mas agora vamos fazer tudo diferente, mas mesmo assim eu não deixo de estar preocupada.
Camila: Olha, Helena, eu acho que tudo o que acontece tem um propósito e esse acidente teve um.
Helena- confusa: Não vi nenhum. Qual?
Camila: É inevitável, parece que você e o Eric se apaixonaram a primeira vista.
Helena gargalha.
Helena: Você só pode estar brincando, né? Eu estou preocupada com minha filha e você falando de paixão?
Camila: É certo que você e ele têm dado umas olhadas bem envolventes um no outro, e depois você não pode negar que ele é uma graça.
Helena: Sim, você tem razão, mas isso não significa nada.
Camila- maliciosa: Ele com certeza gostou de você e você gostou dele. Quem larga um emprego para procurar a filha de uma mulher que nem conhece e ele nem sabe se você está falando a verdade.
Helena: Você está blefando, coloca coisas na sua cabeça e cria elas. Há no mundo pessoas sensíveis que sabem quando pessoas boas falam a verdade, mas eu não posso negar que ele foi muito nobre.
Helena vai até o banheiro e olha-se no espelho.
Flashback:
Helena e Camila fogem dos soldados militares.
Camila: Acho melhor a gente se render, eles vão acabar atirando.
Militar 1- grita: Parem, se rendam!
Os militares conseguem alcançar Helena e Camila, as duas caem no chão juntamente dos dois. Helena e Eric trocam de olhares.
Fim do flashback.
Helena sorri, mas logo perde o sorriso ao ter outra lembrança.
Flashback:
Helena vai até a sala e, ao ver que está vazia, ela chama as empregadas.
Helena- desesperada: Vocês viram a minha filha?
Empregada 1: Não, senhora.
Empregada 2: Desde que eu cheguei eu não a vi saindo do quarto.
Helena- olhando para o motorista: E você? Viu ela?
Motorista: Bom, eu vi o Ronald entrando com ela no carro, ela parecia não querer sair, mas ele a jogou dentro do veículo e disse que se eu tentasse impedir, ele iria me demitir.
Helena- pasma: O quê? Quer dizer, ele não disse pra onde ia?
Motorista: Não, e ele estava colocando umas malas no carro também.
Helena- extasiada: O quê?
Helena lembra-se de momentos em que Ronald foi desmascarado e não deu crédito.
Helena- gritando/chorando: Nãaaaaaaaaaaaaaaaaaaaao!
Fim do flashback.
As lágrimas são inevitáveis e Helena dá um grito que expressa toda sua dor, a mulher dá um murro no espelho. Os estilhaços caem sobre o chão. Camila assustada vai ver o que aconteceu e ela fica chocada ao se deparar com aquela situação, ela puxa Helena e olha para a mão da mulher que está cortada.
Cena 11: Paramaribo/ Boate Sexy Body/ Quarto/ Interior/ Noite.
Clara, Maria Eduarda e um velho entram num quarto.
Velho- falando com Clara: Quem sabe sua amiguinha não anima e resolve entrar no esquema?
Clara- fingida: Ela é só amanhã, meu querido, ela só vai ficar observando esse ato nojento.
Velho: Não me trate mal, sua rapariga.
Maria Eduarda olha a situação preocupada.
Clara: Então não fique falando merda, seu velho.
Velho: Mas é uma abusada mesmo, hein? Eu não vou transar com você de graça, eu paguei!
Clara: Com certeza, você acha que de graça eu faria isso pra você? Na verdade eu faço isso também porque sou obrigada, meu bem, já ouviu falar sobre tráfico de pessoas?
O velho olha para Clara, horrorizado.
Velho- pálido: Vocês duas são traficadas?
Clara: Não só nós duas como todas as pessoas que trabalham aqui!
Maria Eduarda- confiante: Você vai nos ajudar? Nós precisamos muito da ajuda de alguém!
Cena 12: Hospital/ Quarto de Benício/ Interior/ Noite.
Jordânia olha para Benício, que está dormindo. Jorge observa pela vidraça e expressa ódio em seu olhar, mas ele resolve entrar no quarto.
Jordânia- surpresa: Pai, o que o senhor está fazendo aqui?
Jorge: Podemos conversar?
Jordânia: Sim, claro.
Jorge: Vamos tomar um café então.
Jordânia acompanha seu pai. Benício permanece dormindo e uma mulher chega vestida de enfermeira.
Isabel- diabólica/ segurando uma seringa: É agora que você vai morrer, macaquinho.
Ela sorri sorrateiramente.
Continua...

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